APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.

tomaropiniao@gmail.com


terça-feira, 31 de maio de 2016

TOMAR O TRÂNSITO E O DEIXAR ANDAR

    António Alexandre

 Tomar cidade bonita, agradável, monumental, com um centro histórico resistente e ainda significativo, é  adorada pelos visitantes e mal defendida, por muitos dos seus naturais.
  Quanto a estas coisas, também tudo poderia ser diferente e sobretudo melhor.
  Na preservação do centro histórico, na implementação de planos de recuperação dos edifícios, na melhor ocupação e uso dos edifícios, em matéria de segurança, matéria completamente descurada e sobretudo no trânsito e estacionamento.
A culpa neste casos não morre solteira, pois muita gente contribuiu ao longo dos anos para isso e muitos nem contribuíram, nem deixaram de contribuir, nada fizeram.
Para tal duas coisas teriam de ter acontecido, primeiro quererem fazer alguma coisa, segundo ir ver outras experiências bem sucedidas e aplicá-las cá, mas isso não aconteceu e agora dificilmente acontecerá, pelos mesmos motivos anteriores e porque o tempo do dinheiro acabou.
Em matéria de trânsito de certo modo julgo, que as coisas tendem a melhorar, pois a espectativa de um grande crescimento populacional regrediu e assim as necessidades diminuíram, com algumas ajudas externas, mas também internas.
Hoje do que mais se sente falta é do estacionamento e já pouco de vias circulares, sendo ainda notórios constrangimentos, no que toca a entradas e saídas da cidade rápidas de ligação às autoestradas.
São o caso da ligação ao nó de Valdonas, a estrada de São Lourenço/Carvalhos de Figueiredo, a continuação da via de cintura desde o nó junto ao hospital a Marmelais e depois a Carvalhos de Figueiredo, que esteve em Plano, mas entretanto esquecida e o estacionamento arranjo e ordenamento da Várzea Grande, que teima em não andar.
Claro que o estacionamento, nomeadamente no Centro Histórico, retira qualidade á cidade, coisa que andou para o lado, quando em vez de ser ter optado por construir um parque subterrâneo na Várzea Grande, se optou pela construção nas traseiras da câmara, com muito mais desvantagens do que vantagens.
Outra discussão ou opção é a implementação de zonas de estacionamento pago, em várias zonas da cidade, com muitas vantagens, mas também com alguns do contra.
Como sempre acontece é mais fácil se ser menos criticado por não fazer, do que por fazer, o que leva a adiar as coisas polémicas, mas que podem fazer a diferença e acrescentar valor a Tomar.
Por mim que já provei do cálice, aceito as duas vias, pois compreendo que nem sempre o que julgamos ser o melhor para  as pessoas, o é na verdade, ou pelo menos assim é por elas entendido.


domingo, 29 de maio de 2016

QUESTIONÁRIO: QUE TIPO DE CONDUTOR(A) TOMARENSE É VOCÊ?

   Rui Ferreira

Q- Habita e trabalha em Tomar. Pela manhã desloca-se de casa para o trabalho:

1 - A pé. Acorda mais cedo, faz exercício, leva os miúdos à escola e faz as compras com calma ou numa ocasião posterior.
2 - De carro. Indo a pé não teria tempo de beber um café e falar com os amigos. Além disso tem os filhos para deixar na escola, compras para fazer à hora de almoço ou logo após o trabalho.

Q- Quando circula de automóvel na cidade e precisa de ir, por exemplo, ao banco, ao café ou à padaria estaciona:

1- Num local de estacionamento apropriado onde não atrapalha o trânsito automóvel nem a segurança dos peões.
2- Na rua, em segunda fila, com o veículo fechado à chave, sem sequer ligar os quatro piscas. Não tem problemas em estacionar junto às passadeiras, pois enquanto sai do seu carro e abre a porta, como se fosse uma estrela de Hollywood, os outros condutores abrandam sempre.

Q- Quando usa uma zona de parquímetros, estaciona num lugar vago e seguidamente:

1- Desloca-se ao parquímetro e paga o suficiente para o tempo que calcula necessário. Volta ao carro, deixa o talão comprovativo e vai à sua vida.
2- Não mete moeda no parquímetro. É só um bocadinho. Ninguém vai notar. No tablier do carro está um talão da semana passada que passa bem por válido.
3- Evita os lugares disponíveis, fica na berma ou atrás dos veículos estacionados no parque taxado e liga os quatro piscas. O seu estacionamento é uma emergência que, naturalmente se sobrepõe à vida de todos os otários que usam parquímetros.

Q- É cliente de um estabelecimento da Av. Cândido Madureira. Quando ali vai às compras, estaciona:

1- Num local de estacionamento apropriado onde não atrapalha o trânsito nem a circulação dos peões, normalmente na Várzea Grande ou numa artéria adjacente.
2- Num dos locais de estacionamento reservados à PSP, a deficientes ou a cargas e descargas. São lugares mágicos e toda a gente sabe que Tomar é uma cidade mística.
3- Em segunda fila, apesar de, na faixa de trânsito contrária, já se encontrar outro veículo estacionado em segunda fila. Você sabe que nesta rua a polícia não atua assiduamente e ainda se lembra de que antigamente esta rua era tão larga que até tinha um passeio ao meio.


Q- Na Alameda Um de Março, perde a oportunidade de estacionar num lugar vago, ocupado nesse mesmo momento pelo veículo de alguém que entra de seguida numa loja. O que faz:

1- Procura outro lugar de estacionamento vago, nem que esteja bastante longe.
2- Buzina violentamente, pois considera que aquele lugar era seu.
3- Estaciona na faixa de rodagem, “trancando” o veículo que estacionou há poucos segundos, pois tem a certeza absoluta que aquele condutor irá demorar mais tempo que você.


Q- Quando vai, de carro, levar ou buscar os seus filhos à escola, estaciona:

1- Num local disponível, mesmo afastado do edifício da escola. É bom andar a pé e o caminho de regresso ao carro constitui sempre uma oportunidade de encontrar e falar com outros pais ou colegas dos seus filhos.
2- A menos de 20 metros da porta da escola, em cima de um passeio, num lugar reservado a deficientes, em segunda ou terceira fila, etc. A segurança dos seus filhos é fundamental e nada irá opor-se à tranquilidade de receber as suas crianças sob um coro de buzinadelas.


RESULTADOS (soma dos números das suas respostas)


6 a 8 - Parabéns!
A sua atuação é considerada civilizada e socialmente relevante. A sua saúde agradece e os seus filhos gostam de caminhar consigo por Tomar.


9 a 11 - Tenha paciência!
Você é uma vítima da anedótica gestão rodoviária de Tomar. Que começa em coisas tão simples como os horários de operação das máquinas dos serviços urbanos nas ruas da cidade, passando pelo incompreensível tardar do programa de parquímetros, pelo anedótico estado geral dos pisos rodoviários até à constatável desistência, por parte da polícia, em punir imediata e assiduamente os condutores sem consciência cívica.


12 a 15 - Lamento!
Você vive na ilusão de que Tomar é uma aldeia do faroeste. O que você deseja é, exatamente, atar os arreios da besta do seu carro à porta de um saloon, para nele entrar aos tiros.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

CENTRO HISTÓRICO DE TOMAR SEM TRÂNSITO? SIM OU NÃO?

  Carlos Carvalheiro

Para ir direito ao assunto, o que eu acho é que não devia ser permitido o trânsito de carros no Centro Histórico de Tomar, a exemplo do que acontece na Corredoura.

Tenho consciência que este assunto não é consensual, ainda hoje muita gente acha que foi uma má opção fechar a Corredoura ao trânsito, mas compare-se a rua Infantaria 15 com a rua Silva Magalhães, vai uma para a esquerda e vai outra para a direita no topo da Corredoura (porque raio lhe chamaram Serpa Pinto é que eu gostava de saber…).

Ambas tinham trânsito, até que a rua Silva Magalhães levou empedrado novo, ao tempo da Câmara Paiva, que foi também, por sinal, quem fechou a Corredoura ao trânsito. As esplanadas florescendo, as casas comerciais abrindo e a rua ganhou gente que passa devagar, como que a passear. A rua Infantaria 15 continua com o trânsito a passar, os minusculos passeios obrigam os carros a fazerem gincanas quando se cruzam com os peões e a fazer manobras dificeis quando entram pelas ruas perpendiculares, há várias casas comerciais, e das grandes, fechadas e as pessoas passam com pressa de sair da rua.

Bom mas opiniões são opiniões e cada qual tem direito à sua e aquilo que me levou a falar sobre o assunto foi a lembrança de uma iniciativa com uma certa piada que foi promovida quando eu fui presidente da Nabantina: o “Tribunal da Nabantina”. O conceito era simples: identificava-se um assunto polémico, arranjavam-se “advogados” que defendessem cada um dos pontos de vista, convidavam-se pessoas para fazerem de “júri” e dava-se o papel de “juiz” a uma figura de “peso”.

Na primeira (e única) vez que o “Tribunal” nabantino se reuniu, pelo início dos anos 90, o “juiz” foi Manuel Machado, advogado muito conhecido em Tomar a que se juntava o seu gosto pelo teatro (que não foi dispiciendo numa iniciativa do género) e o assunto em discussão era “Fechar a Corredoura ao trânsito: Sim ou Não?”

O resultado foi um empate. Coisa que veio a ser levada a peito pela Câmara da altura: empatou o fecho da Corredoura até ao fim do mandato.

Mas uma dúvida persistiu no meu espírito: se o Sim ganhasse, teria a iniciativa civil conseguido apressar o fecho da Corredoura?

E se se organizasse outro “Tribunal Nabantino” para deliberar sobre “Fechar o Centro Histórico de Tomar ao trânsito: Sim ou Não?”

sexta-feira, 20 de maio de 2016

EM TRÂNSITO

 António Pedro Costa

Se estivesse dentro de um carro, em hora de ponta, parado no trânsito, e ouvindo as notícias do trânsito em Tomar, seria mais ou menos assim:
“-Trânsito com fila lenta desde a entrada sul da A13 até à saída da Zona Industrial de Tomar. O motivo para esta demora, prende-se com o engarrafamento de camiões pesados, e as obras das empresas que aderiram ao “Tomar 2020” instalado pelo executivo socialista.
 Já na estrada nacional 110, na entrada sul de Tomar, o trânsito está congestionado visto que o lixo junto às margens do Nabão, com o vento foi todo para a estrada, e os gansos, as cegonhas  e os patos das redondezas aproveitaram para remexer no lixo procurando algum alimento. Recomendamos cautela à passagem no local.
   Já dentro da cidade, ter cuidado com o  veiculo  cisterna cheio de herbicida que avariou logo no primeiro canteiro de ervas que apanhou. O motivo prende-se com o matagal intenso e difícil de controlar. Informações recolhidas no local, já denunciaram a presença do ex-chefe de gabinete da Presidente de Câmara com um colete bem visível a controlar a ocorrência, fazendo a gestão de controlo do pessoal em simultâneo com o apito na boca a controlar trânsito. . Pede-se cautela a quem não simpatiza com o partido do prestimoso autarca , sob pena de ser identificado, e ordenar que encoste à berma para passarem os camaradas.
  Na zona do Convento de Cristo, o trânsito está lento, com fila grauda e a demorar uma eternidade para chegar até à cidade. O congestionamento resulta  da falta de solução para os visitantes do Convento de Cristo visitarem também a cidade. Fontes próximas do processo  afirmaram-nos que a senhora Presidente de Câmara, está a promover uma saída em rappel desde a Cerrada dos Cães até ao sino da igreja de São João. De forma a que quem descesse desse um safanão  em cada sino. Esta solução custa um euro a cada turista, com desconto para quem quiser ser  camarada.
 Para  amanha está prevista uma manifestação pelas ruas da cidade, para dar  graças aos investimentos e à estratégia que o executivo camarário tem promovido junto dos investidores  e da população em geral. O início está previsto junto à estátua Gualdim Pais, terá algumas paragens técnicas, em especial para a zona do flecheiro, e zona industrial.
  Para mais informações, ou informações oportunas , visite o site do município, ou mais direto, acompanhe pelas redes sociais o  ex-chefe de gabinete da Senhora Presidente de Câmara no Facebook. Caso tenha sido bloqueado, foi apenas uma falha do sistema, e apresentamos as nossas desculpas”
  E seria mais ou menos assim. É preciso ter cuidado ao circular na estrada por este concelho.  

segunda-feira, 9 de maio de 2016

O TRANSITO - REDACÇÃO DE OUTRO TEMPO (Despachos n. 17 a 22/2016 da senhora Câmara de Tomar)


António Lourenço dos Santos

Há diversas formas e modalidades de transito.
Do lado dos sentidos do transito, há o horizontal e o vertical, e o ascendente e o descendente. Há também o sentido obrigatório e o sentido único, para lá do trânsito nos 2 sentidos. E há também o sentido proibido, que vigora quando não é permitido transitar.
Do lado dos veículos, há o transito de carroças, o de comboios, o de aviões, o de automóveis, o de camionetas e o de barcos. Nestes há o transito fluvial e o transito marítimo. O primeiro destina-se normalmente a transportar passageiros, e no segundo o que se transporta mais é carga. Também há o transito de bicicletas, mas tem menos importância que os outros. Nuns paga-se bilhete, noutros não, sejam privados, sejam públicos.
De um outro lado, está a ganhar vigor o trânsito de pessoas, na câmara municipal.
Este transito de pessoas conhece-se com antecedência porque precisa de autorização, que é um despacho assinado pelo presidente da câmara. Tem aspectos particulares que o caracterizam e o fazem diferente dos outros. A principal, é que a este transito, humano digamos assim, dificilmente se lhe percebem os fundamentos nem se lhe vê a racionalidade, quer dizer, faltam-lhe os critérios, públicos e transparentes. Pelo menos, é com critérios assim que convém pautar as decisões de uma camara, que é coisa publica e de todos nós. Pensamos nós… 
No inicio dos mandatos e quando muda o partido vencedor, algumas pessoas são logo convocadas para transitar, em sentido único e descendente, e são estacionadas numa prateleira. Para, entretanto, reparar o motor e melhorar as “performances” do conjunto, dizem habitualmente as senhoras câmaras. Também há aquelas que dizem que as prateleiras servem para os seus ocupantes realizar tarefas especiais, embora seja muito difícil de perceber a utilidade dessas tarefas, e quais são…é o caso da Camara de Tomar.
Numa segunda fase, é inaugurado o transito de sentido único ascendente. Este é que é importante. Para incorporar este transito, as pessoas mudam de via e de categoria, sempre no sentido vertical e ascendente. Mas continuam com o mesmo motor, a mesma velocidade, e o mesmo percurso, embora mudem de categoria e de proveitos. Mais tarde, as portagens na nova via serão pagas, eventualmente em espécie, no final do percurso, coincidente mais ou menos com a chegada a uma meta com um cartaz a anunciar eleições...
Finalmente, a Cidade continua em ponto morto, porque a senhora câmara nem sequer sabe como fazer arrancar e funcionar o motor. Para a desgraça de amanhã, e do futuro de todos. 

  

sábado, 7 de maio de 2016

BONS SERVIÇOS À COISA PARTIDÁRIA

 Mário Cobra

Era um vez um jovem líder tomarense a quem os deuses dos lugares nas listas às eleições legislativas concederam malas-artes de tomar posse como deputado da majestática assembleia nacional. Segundo a fada constituição, os proprietários nacionais dos partidos são obrigados veja-se lá bem a gramarem listas distritais, embora colocando como cabeça de cartaz um crânio nacional não vá o pessoal da província armar-se em carapau de corrida, cometendo o pecado capital de pensarem pela própria cabeça concelhia. Pecado capital porque cometido na capital, em Lisboa.
Naturalmente a selecção destes dóceis servos distritais cinge-se à regra básica de serem fiéis à entidade patronal partidária ate à medula. Nem que a consciência tussa é assim e não bufa. Ora ocorreu que, reproduzido no “Tomar na rede”, segundo o “Expresso”, de 23 de Abril, na secção “Gente”, o deputado tomarense Hugo Costa (PS), suplente na comissão de inquérito ao Banif, como “o ponta de lança do partido na última audição a Ana Salcedas, a responsável da Ernst & Young pelas auditorias ao Banif entre 2008 e 2013”. Escreve o jornal que Hugo Costa “ia debitando perguntas que curiosamente Salcedas dizia não compreender”. “Talvez novato naquelas andanças de comissão de inquérito, não conseguia desenvolver o raciocínio e passava à pergunta seguinte”. Outra hipótese para o jornal é que Hugo Costa “não tinha estudado a lição e estava simplesmente a repetir o que alguém lhe escrevera no papel?”.
Ora, lamentavelmente, tanto quanto nos apercebemos, nem as forças vivas tomarenses nem as menos vivas saltaram em defesa do dedicado deputado, enaltecendo as suas inquestionáveis capacidades de obediência, de absoluta fidelidade ao cumprimento do que a direcção da bancada lhe ordenou. Presume-se quanto a nomeação do jovem deputado tomarense para estas audições às auditorias ao Banif se relacionou com o presunção deste líder ter exposto no seu currículo grande conhecimento sobre os bancos do Mouchão.
Acontece semelhante quando a direcção do partido exige aos dignos deputados distritais votos a favor em matérias tão específicas com as leis sobre o efeito das picaretas em brasa na evolução do regionalismo, a influência dos molhos de palha na dívida pública aos molhos, ou a penalização como crime público a todo o piropo proveniente de funcionários das empresas públicas.
Como recompensa desta firme fidelidade partidária, destacada a nível nacional, somos da opinião que o novato deputado tomarense justifica um galardão no próximo aniversário da cidade. Quiçá a medalha de mérito dos bons serviços à coisa partidária.