APRESENTAÇÃO

“A TERRA DE QUE A GENTE GOSTA” é expressão que nos agrada. É sentida e é profunda, e é adotada como a ideia força de “TomarOpinião”.

Pretendemos oferecer críticas construtivas e diversificadas sobre os valores, as coisas e as atualidades da nossa terra, e não só. Pretendemos criar um elemento despertador de consciências e de iniciativas de cidadania, e constituir uma referência na abordagem descomprometida desses valores, dessas coisas e dessas atualidades.

Queremos, portanto, estimular o debate, de temas e de ideias, porque acreditamos que dele podem resultar dinâmicas de cidadania, que alicercem mudanças que por certo todos aspiramos.

“TomarOpinião” será um blogue de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla.

tomaropiniao@gmail.com


quinta-feira, 30 de junho de 2016

FRENESINS

António Pedro Costa

Em pleno seculo XXI, vivemos uma autêntica “enxurrada” de informações, que nos permite dizer que a notícia que aconteceu há 5 minutos, já é passado. Atualmente, a nossa vivência é de facto um frenesim. Vivemos tempos onde a superficialidade e a constante informação, torna o mundo mais leviano e lhe confere constante mutação. É um autêntico frenesim!
  O frenesim do desporto. A intensidade, a frenética que vemos e vivemos no futebol, torna este desporto um centro nevrálgico de uma constante e consequente informação. Tomemos como o exemplo, o caso da seleção nacional. Ao ligarmos o televisor, os constantes diretos, de treinos, de passeios dos jogadores, de microfones a irem parar ao rio, o esmiuçar de posturas, de comportamentos, de afirmações, tudo é escrutinado.
  No consumo. Basta entrar num centro comercial, e deparamos com o frenesim de gente. O “circo” está montado! As autênticas campanhas de consumo montadas pelas marcas têm como objetivo submergir as pessoas, induzir o comprar só por comprar, num frenesim por vezes diabólico. Outros exemplos, nos hipermercados, as promoções, os descontos em cartão, no combustível, no pague 2 e leve 3, tudo torna a política de consumo frenética.
  Nas nossas vidas. Hoje em dia, é com alguma certa ironia, que vejo algumas pessoas a chamarem-se “irmãos” e “irmãs”, com uma facilidade incrível, sendo apenas pessoas amigas. É um sinal dos nossos tempos, uma espécie de moda, que é mais utilizada pelos mais novos, mas que gente mais crescida - também gosta de exibir. Não condeno, de todo. Apenas acho que uma palavra que tem tanta profundidade - não deve ser misturada com amizade. Podem acusar-me de retrógrado, mas misturar este tipo de coisas não é coisa que deva ser feito. Tenho grandes amigos, a quem poderia chamar de “irmãos” mas prefiro que eles continuem a ser grandes amigos e presentes na minha vida, do que “irmãos”. A frenética deste juízo que faço, está na constante mutação de amizade, de relacionamento entre as pessoas sejam pessoal ou até mesmo profissional, mas que de um momento para o outro desaba. A frenética de sentimentos seja de que maneira for é por vezes tão pequena, que ao mínimo tremor, tudo desaba. Deixam de ser “irmãos”, para se zangarem como “comadres”.
  E como não podia deixar ser, um campo onde a frenética tem sido total, a política. O espelho do que é um político frenético: o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. É um autêntico frenesim a sua agenda política. De facto, tenho de deixar uma nota positiva ao seu trabalho inicial, digno de um verdadeiro chefe de estado. A sua postura tem sido muito interventiva, talvez um pouco de moderação não seria mau é verdade, mas a postura verdadeiramente institucional - de representante máximo do Estado é salutar.
  O Governo Português é outro tipo de frenesim, mas diferente da postura da Presidência da República. Com uma certa “arte geringonça”, o nosso primeiro-ministro vai ultrapassando obstáculos e sobrevivendo. A sobrevivência passa pela satisfação de necessidades que a esquerda gostaria de realizar. Com apresentação de algumas propostas que apenas são como “boias de salvação” deste governo. Resta esperar as consequências de algumas medidas tão rapidamente aprovadas, não arriscamos a ter novamente uma frenética de eleições legislativas.
  No poder local o frenesim é muito baixo, quase nulo, apresentando esporadicamente alguns picos frenéticos. No entanto, Tomar vive um frenesim negativo. O frenesim político negativo, que torna a nossa terra numa terra sem solução à vista. O concelho de Tomar podia ser um autêntico frenesim positivo, e com um progresso fantástico. Ao invés, a pseudo-frenética que nestes últimos 3 anos se viveu em Tomar, traz uma perspetiva pouca animadora. Contudo, esperemos que o frenesim político tomarense, se torne diferente e com uma perspetiva política frenética…positiva e bem preparada.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

FRENESIM?

Carlos Carvalheiro

Tomar está um frenesim. E não falo do aumento de turistas, das esplanadas que se vão enchendo pela cidade, dos eventos que vão desfilando tanto na cidade como nas aldeias. Falo do investimento em Tomar de grandes superfícies, como o Pingo Doce ou o Lidl, isso sim, um indicador objetivo.

Quando vou a Inglaterra, se posso, vou a Stratford-upon-Avon, que é a terra natal de Shakespeare. É uma cidadezinha que continua a atrair, diariamente, uma chusma de gente, entre turistas e estudantes, que se passeia entre a casa onde dizem que o Shakespeare nasceu e o teatro (Royal Shakespeare Company) e as lojas de produtos shakespeareanos e as livrarias com livros de e sobre Shakespeare e os pubs com imagens de Shakespeare ou de peças dele e outras invenções turísticas do género.

Aparentemente aquela terra vive da atração que o Shakespeare exerce sobre as pessoas e eu sou só mais um exemplo da sua eficácia.

E o que é espantoso é que o homem só escreveu 39 peças de teatro e há 400 anos (6 das quais feitas pelo Fatias de Cá: Hamlet, A Fera Amansada, Sonho de uma Noite de Verão, A Tempestade, Richard III e Lear).

Mas, dizia eu, o homem, tenha ou não sido ele a escrever as 39 peças de teatro, continua a gerar um interesse generalizado e a vender todos os dias.

Ora, comparar Stratford com Shakespeare e Tomar com os Templários é um exercício óbvio. O que falta em Tomar para conseguir, como Stratford, atrair tanta gente?

Fora de brincadeiras: se vivêssemos não sei onde e soubéssemos que existe uma cidade chamada Tomar, no coração de Portugal, com boas acessibilidades, que se assume como cidade templária, e estivéssemos dispostos a vir do fim do mundo para a visitar, o que é que gostaríamos de vir aqui encontrar para levarmos de volta uma memória dos Templários e da sucedânea Ordem de Cristo, a executora do desígnio templário de “se mais mundo houvera lá chegara”?

É a resposta a esta pergunta que vale milhões de euros.

ps: quem não sofre de frenesim são os serviços camarários responsáveis pelos “mupis” iluminados: pelo menos dois deles, um em frente ao antigo Liceu e outro junto aos correios, continuam a divulgar a comemoração dos 725 anos da Universidade de Coimbra que terminou em dezembro passado…

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A VIDA É AGORA UM FRENESIM

António Alexandre

A vida é agora um frenesim, o tempo em que os dias, os meses e os anos demoravam a passar já foi, é agora coisa do passado.
O tempo em que nós esperávamos por determinadas horas do dia, fosse da chegado dos jornais da manhã ou da tarde a Tomar, vindos de Lisboa no comboio, para sabermos o que se passava em Portugal e no mundo, fosse pelo noticiário da noite na RTP é coisa do século passado.
Hoje é um frenesim de informação ao minuto, nem temos tempo de digerir uma informação logo temos outra e outra, seja de um tiroteio no EUA, seja na UE, seja de uma bomba na África ou na Ásia.
Tanta informação nos é dada, que dou por mim a interrogar-me, se agora temos mais ou menos informação, querendo com isto dizer que se toda esta quantidade não esconde e até desvaloriza aquela que terá mais interesse, sobre o país e sobre a nossa comunidade mais próxima, o concelho a nossa região.
Julgo eu, que a quantidade nos retira tempo para a coisa local e a necessária reflexão do local, nisso englobo na culpa o frenesim em que atualmente vivemos.
Frenesim que nos leva nos momentos sem nada que fazer (poucos e escassos), a deixar de ver e acompanhar os eventos locais e até regionais.
Que nos leva para a interrogação, se agora quando temos mais e melhor oferta informação, se isso corresponde a maior e melhor qualidade de vida. No meu entender não, e ainda por cima estamos sujeitos a uma grande manipulação da informação, pois os média, por isto ou aquilo, fazem em muitos casos trabalho de manipulação politica e de massas, com intenção de manter a malta desperta a umas coisas, desconhecedora de outras, ou mesmo desinteressada de outras.
Assim também a muita atenção à informação que não diariamente, tem como consequência ausência de tempo para a análise, troca de pontos de vista e aferição das primeiras ideias, retiradas da informação que nos dão.
Como consequência do frenesim e pressão que agora vivemos, também foi diminuído o tempo de convívio para a conversa que noutros tempos era possível e nos permitiam ter sobre as coisas uma outra ideia e atitude, valorizando também muitas coisas que hoje desprezamos, que permitiam ter ideias próprias ao contrário das ideias feitas e formatadas das agências de informação, que agora se ocupam de fazer opinião e de conter as populações na “ordem”.
Claro que tal como o frenesim que afeta muitos, sem disso se darem conta, tudo o resto de que falei será igual, pois felizmente ou infelizmente muita gente em nada é por estas coisas afetada, pois julgando e mesmo pensando que o mundo começa e acaba neles próprios, vivem na felicidade de quem não precisa dos outros ou não é afetado pelo comportamento dos outros. E será assim?


quinta-feira, 2 de junho de 2016

O DIA NACIONAL DAS ROTUNDAS

     Mário Cobra

       Tanto quanto sabemos, infelizmente não se comemora o dia das rotundas. Em nossa básica opinião, há falta de melhores argumentos, as rotundas foram a mais eficaz descoberta no que à fluidez do trânsito diz respeito. Damos o exemplo da ponte do Flecheiro, para onde, se a nossa memória não se encontra engarrafada, estava inicialmente prevista uma rotunda. Por causa de não sei quê, não sei quantos, falta de espaço, foi colocado aquele semáforo que deve ser qualificado como dos mais chatos do mundo, mormente para quem esteja aflito por aceleração do trânsito intestinal e ali fica tempos infindos à espera do verde, verdinho, meu verdinho. No caso dos casais novos, o tempo de espera deve permitir fazer um filho, ou dois. Valia a pena lá instalar uma rotunda mesmo que a placa central fosse um simples barril, slogan “Se Tomar vem visitar, o nosso vinho deve saborear”
        Mesmo sendo qualificadas de mal menor, as lombas deviam ser hostilizadas enquanto inimigas públicas dos condutores. Em especial as super-lombas, tipo frente ao Politécnico. Com a entrada dos pontos na carta, as lombas gigantes deviam ser substituídas por lombinhos.
Carlos Carvalheiro, colaborador deste blogue, terá razão, não faz sentido o trânsito na zona histórica, quase certo salvaguardando o acesso dos moradores, a quem não dará jeito carregar com as compras por não lhes ser permitido parar junto às suas residências.
António Alexandre, colaborador deste blogue, terá razão, o parque de estacionamento construído nas traseiras dos Paços do Concelho, deduz-se que essencialmente ao serviço dos casamentos e baptizados na Igreja de S. João Baptista, teria sido preferível construí-lo na Várzea Grande. Já agora, uma ideia certamente parva, não seria possível construir parques de estacionamento elevados, de primeiro andar, em vez de subterrâneos? Vantagem dos carros não inundarem, não lhes faltar o ar e provavelmente a obra ficar mais barata. Seriam inestéticos os parques elevados? São estéticos, por exemplo, os edifícios de seis andares?
Outro palpite aparvalhado. Uma autarquia decidida e com dinheiro não poderia adquirir a grande moradia à venda junto aos Correios e daí, demolindo o imóvel, fazer um parque de estacionamento para autocarros?
De resto, quando vamos a uma cidade que não conhecemos em pormenor onde vamos estacionar? Decerto na maioria das cidades, como em Tomar, estacionar é um pincel, uma confusão, um apanhar bonés.
Somos um país onde não há planificação capaz de arrumar tantos carros.
Somos um país onde não há educação automobilística. Se houvesse, não seriam necessárias as lombas.
Somos um país desorganizado em tudo, por que seria o trânsito diferente do resto?